Os felinos são conhecidos como caçadores natos, mas, dentro de casa, eles podem ser vítimas de inimigos invisíveis: o estresse e a ansiedade. Esses problemas frequentemente subestimados, podem afetar a saúde mental e física dos bichanos.

De acordo com a American Association of Feline Practitioners (AAFP), aproximadamente 40% a 50% dos gatos domésticos apresentam algum tipo de problema comportamental durante a sua vida, sendo o estresse e a ansiedade uma das causas principais desses problemas. Entre os problemas comportamentais estão a marcação territorial, agressividade, automutilação, e eliminação inapropriada (urinar ou defecar fora da caixa de areia).

A especialista em comportamento felino, Dra. Betejane de Oliveira, da clínica exclusiva para felinos Toca dos Gatos, alerta que, ao notar qualquer mudança no comportamento do gato, o tutor deve buscar ajuda especializada. “Essas mudanças podem se agravar, resultando em distúrbios comportamentais. Por isso, é essencial que o tutor esteja familiarizado com o comportamento normal do seu gato, para que, ao identificar qualquer alteração, procure um profissional especializado. Dessa forma, é possível evitar que problemas mais sérios ocorram, incluindo o desenvolvimento de doenças físicas.”
A Síndrome de Pandora, termo mais recente usado para denominar um conjunto de distúrbios resultantes da Cistite Intersticial felina, é uma das condições que podem ser desenvolvidas por aspectos psicológicos. “O animal pode desenvolver uma inflamação na bexiga, na vesícula urinária, e até apresentar sangue na urina. Em casos mais graves, pode ocorrer uma obstrução uretral, por exemplo.”, pontuou.

Ainda segundo a especialista, em alguns casos, a ansiedade e o estresse podem afetar o gato de forma tão intensa que ele pode deixar de se alimentar, beber água ou até mesmo de urinar. “Essa combinação de fatores pode levar a graves complicações de saúde, que, se não tratadas rapidamente, podem levar o animal a óbito”, acentuou.

Causas

A Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA) aponta que até 80% dos gatos podem demonstrar sinais de estresse quando há mudanças significativas em seu ambiente, como mudanças de casa, introdução de novos animais ou pessoas, ou falta de enriquecimento ambiental.

Existem atividades que podem aliviar o estresse causado por esses fatores. “Quando eu faço uma consulta comportamental, eu faço questão de falar para o tutor que é muito importante a interação dele com o gato, isso precisa acontecer diariamente. Porque essa simples interação pode mudar e salvar a vida do animal”, diz a especialista em comportamento felino.
Enriquecimento ambiental

A Dra. Betejane de Oliveira enfatiza que o enriquecimento ambiental também é uma forma de evitar que o gato fique estressado ou ansioso. “O enriquecimento ambiental é essencial para o bem-estar dos gatos. Um ambiente enriquecido evita que o gato passe o dia sem ter o que fazer, estimulando-o física, mental e emocionalmente. Portanto, é fundamental que o ambiente em que o gato vive seja adaptado às suas necessidades. O enriquecimento ambiental proporciona esse bem-estar, ajudando a manter a saúde do animal”, finalizou.

Para enriquecer o ambiente, basta fornecer estímulos que atendam às necessidades naturais do felino, como caça, exploração e descanso. Oferecer brinquedos interativos, arranhadores, prateleiras em diferentes alturas, espaços tranquilos e pontos de observação.

Sobre a Toca dos Gatos

Única clínica exclusiva para felinos em Sergipe, a Clínica Toca dos Gatos – fundada e capitaneada pela veterinária Candice Garcia – está localizada na Avenida Acrísio Cruz, n° 90, bairro Salgado Filho, em Aracaju. O horário de funcionamento é diferenciado: de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 20h.

Além das consultas de rotina e de emergência, a clínica também oferta o serviço de internamento e possui laboratório próprio, sendo referência na medicina felina no estado. Informações estão disponíveis por meio dos telefones (79) 3211-2988 e (79) 98856 2863 (WhatsApp).